Ainda bem, os tempos evoluem. Não é difícil olhar para reportagens dos anos 90, por exemplo, e perceber opiniões machistas. Isso aconteceu com a cantora Sinéad O’Connor, quando foi eleita a “mulher mais mal vestida do mundo”.
Durante quase cinco décadas, o jornalista e crítico de moda Richard Blackwell, mais conhecido como Mr. Blackwell, publicou todos os anos o que ele chamava de Lista das Dez Mulheres Mais Mal Vestidas, que repercutia em jornais e canais de televisão à época.
Em 1991, o ranking trouxe Sinéad O’Connor no topo e, ao justificar sua escolha, Mr. Blackwell deu um show de preconceito ao descrever a artista como “banshee careca da MTV”. Banshee, no caso, é um ser mitológico da Irlanda, país de origem de O’Connor.
Richard Blackwell também se referiu à cantora como “pesadelo do New Age”, em referência ao estilo musical, e ainda estigmatizou todas as mulheres do ranking como pessoas de baixa autoestima (via Tampa Bay Times):
O que me incomoda é que elas não têm senso de autoestima, o que eu gostaria que tivessem.
Sinéad O’Connor costuma usar trajes islâmicos
Ao longo de sua carreira, Sinéad O’Connor defendeu a religião islâmica e levantou bandeiras sobre saúde mental e direitos das mulheres, e sua forma de se vestir sempre refletiu todas essas causas.
Vale destacar que, há 32 anos, a lista de Mr. Blackwell trouxe a primeira esposa de Donald Trump, Ivana, em segundo lugar como “mulher mais mal vestida do mundo”. As atrizes Glenn Close, Julia Roberts, Laura Dern e até a Rainha Elizabeth II também apareceram no ranking.