O Grammy Awards 2023 foi marcado por performances que deram o que falar. Uma delas vem chamando atenção de grupos conservadores por um suposto conteúdo satânico: a apresentação de Sam Smith e Kim Petras de seu sucesso “Unholy”.
Ao subirem ao palco para cantar, Petras e Smith usaram de muitos elementos que remetiam ao inferno: fogo, gaiolas, chifres e muito couro vermelho. O imagético faz sentido dentro do tema da letra. A palavra “unholy” significa algo como impuro, e narra a história de um homem “de família” que frequenta um prostíbulo.
Tudo isso fez com que a apresentação fosse um prato cheio para teorias da conspiração nas “guerras culturais” travadas nos EUA (e em vários outros lugares do mundo). Houve até quem dissesse que o Grammy teria sido patrocinado pela Pfizer, primeira empresa a apresentar uma vacina contra a COVID-19 em larga escala, tornando-se alvo das campanhas anti-vacinação.
A congressista da extrema-direita Marjorie Taylor Greene, por exemplo, convocou os cristãos americanos a “irem ao trabalho” contra as imagens exibidas.
Dupla ganhou apoio de metaleiro
Por outro lado, o músico David Draiman, do Disturbed, afirmou no Twitter que a performance traçou uma nova linha de limite do que é aceitável numa transmissão do Grammy.
Draiman escreveu:
[risos] Não quero ninguém dizendo que performances ao vivo de Hard Rock e Heavy Metal são ‘extremas’ demais para a transmissão da Academia de Gravação… Porque o Sam Smith estipulou o limite para TODOS ontem.
Vale lembrar que Sam Smith se tornou alvo de conservadores desde que tornou público o fato de ser uma pessoa não-binária, em 2019. Assista à performance ao final da matéria!
Sam Smith e Kim Petras fazem história
Independente da apresentação polêmica, Smith e Petras saíram vitoriosos do Grammy 2023. Isso porque venceram o prêmio de Melhor Performance por um Duo Pop, com a própria “Unholy”.
Se você acompanha nossa newsletter Spotlight, onde publicamos os charts do Spotify, já notou que a canção dificilmente fica de fora do top 5 semanal. Porém, no dia 05/02, eles também fizeram história: com “Unholy” levando o troféu, Kim Petras tornou-se a primeira mulher trans a vencer um Grammy.
Ainda no final de 2022, esse marco também aconteceu no Grammy Latino: a brasileira Liniker se tornou a primeira pessoa trans a vencer na premiação.
https://twitter.com/_whomf/status/1622469527651905536