Entrevistas

Girlgroup latino ANGEL22 abraça o pop rock dos anos 2000 e fala com o TMDQA! em entrevista exclusiva

O grupo latino ANGEL22 - que conta com uma brasileira - está em nova fase e conversa com o TMDQA! sobre trabalhar com Elena Rose, Papatinho e mais.

ANGEL22
ANGEL22

O ANGEL22 é um ponto fora da curva na música latina. A começar pelo fato de terem ascendido à fama no reality X FACTOR UK: CELEBRITY.

Não é mera coincidência: o grupo foi idealizado pelo empresário, agente musical e produtor de televisão britânico Simon Fuller – o criador do programa Idol – e vem galgando novos espaços a cada single lançado.

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O impacto inicial foi causado por músicas como “Gadejo” e “Free Hugs”. Agora, elas estão em uma fase mais ousada, com “LALALA” ganhando destaque e múltiplos remixes – inclusive um assinado pelo produtor brasileiro Papatinho (Anitta, L7NNON, Luísa Sonza). “Olvidar” foi outro sucesso, uma canção que derruba por terra os mitos de que mulheres devem competir entre si, uma narrativa que as “anjas” tomam para si.

Para além da qualidade das produções, parte do sucesso se deve à união de múltiplas nacionalidades, fazendo de ANGEL22 uma força potente no continente. O girlgroup conta com a brasileira Sofia Oliveira, a porto-riquenha Alondra Martinez, a cubana Wendii Sarmiento e a colombiana Laura Buitrago.

Agora, elas buscam novos desafios com o single “Celosa”, a ser lançado nesta sexta-feira com toques de emo, pop punk e pop rock dos anos 2000. Segundo as meninas, influências deste período estão na raiz de seu desejo de formar suas próprias bandas – algo que só aconteceu com o ANGEL22, de uma forma inesperada.

O Tenho Mais Discos Que Amigos! teve a oportunidade de conversar com as artistas sobre este novo momento, as possibilidades de mais conexões com seus fãs brasileiros e o que elas andam ouvindo e assistindo. Confira abaixo!

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TMDQA! Entrevista: ANGEL22

TMDQA!: Oi meninas! Queria falar com vocês sobre o que vem por aí. Mas minha primeira pergunta é sobre as canções que já lançaram. Dá pra sentir, em cada uma, a personalidade de cada integrante. É algo que é uma prioridade pra vocês ou é só algo que acontece naturalmente?

Alondra Martinez: Ultimamente, estamos ouvindo muita música. Aos poucos, vamos descobrindo novas linguagens, jeito de usar os instrumentos e os sons, os estilos de cada uma na música. Estamos mirando em um som bem peculiar para nós, que inclua a todas e tenha um pouco de todas.

Wendii Sarmiento: E acho que só pelas nossas vozes, pelos tons, pode-se notar nossa personalidade e como elas são diferentes entre si.

Sofia Oliveira: E também cada vez mais estamos tentando nos deixar livres pra criar música, porque acho que assim acontece organicamente de mostrar as nossas personalidades. Quando a gente fala, “vamos fazer o que a gente gosta? vamos escrever uma música sobre o que a gente gosta?”, acho que aí sai natural e as pessoas conseguem sentir isso mais claro.

TMDQA!: É mesmo. Agora, vocês cantam em inglês e espanhol. Algum plano pra uma música em português?

Todas: Sim, muito em breve!

Laura Buitrago: Já pensamos em fazer uma parte de uma música – que era em espanhol – em português. Mas depois mudamos de ideia, porque as pessoas que falam espanhol iam perder uma parte da letra e as pessoas que falam português só iam ter uma parte na sua língua.

Alondra: Isso, e essa música era muito pessoal pra gente. Tiramos nosso coração do peito e colocamos na letra!

Laura: E melhor ter versões inteiras em português para poder se conectar com quem fala português, e que entenda tudo.

Sofia: A gente vai lançar uma música em espanhol e depois fazer a mesma música em português.

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TMDQA!: Mas todas vão cantar em português?

Alondra: Siiim!

TMDQA!: Isso é bem empolgante! E dá pra sentir a evolução de vocês em cada música. Faz sentido, porque de certa forma estão amadurecendo em público. Como é isso pra vocês? Se sentem sortudas ou talvez um pouco azaradas, de terem feito sucesso tão cedo na carreira? 

Wendii: Acho legal que estamos crescendo como pessoas e vemos nossos fãs crescendo com a gente. Estamos mais confiantes e confortáveis com algo que amamos fazer. Crescer pessoalmente e mostrar isso na nossa música é muito legal.

Sofia: Sinto que também assim os fãs conseguem acompanhar cada fase e sentir que fazem parte de tudo. Eu por exemplo sempre fui muito fã da Miley [Cyrus], ouvi desde os 13 anos na Hannah Montana e acompanho até hoje. Sinto que a conheço, que ela é minha amiga, eu sei tudo da vida dela, acompanhei cada fase. Acho que se os fãs acompanharem cada fase nossa, vão se sentir parte da família.

TMDQA!: Falando na Miley, lembrei que vocês postaram no Instagram umas dicas misteriosas que apontam para um single de rock. É isso mesmo? Podem dar algum spoiler?

Wendii: Acho que você entendeu!

Alondra: As pessoas que têm mais ou menos a nossa idade vão se dar conta que há muitas referências de Camp Rock, dessa época da Disney, e de algo mais sentimental, mais emo! Nós tentamos trazer isso para a música, uma nostalgia daquele sonho que tínhamos de criar uma banda na garagem e…

Laura: Eu sempre quis ter uma banda assim, e tocar guitarra. Nessa música vocês vão ver um pouco disso.

Sofia: Eu comecei a fazer aula de violão porque eu e as minhas amigas íamos criar uma banda. Acabou não acontecendo na época, mas aconteceu… agora [apontando para as outras integrantes]. Aprendi violão e entrei na aula de canto por causa disso, então deu certo.

TMDQA!: Deu sim! E falando em Instagram, eu vi umas fotos de vocês acampando juntas! É algo que vocês fazem sempre, explorar lugares diferentes? E foi uma experiência legal para se conectarem?

Wendii: Acho que não fazemos com frequência, mas esse final de semana nos mostrou que precisamos fazer mais vezes. Às vezes só tirar uma semana de folga e focar em nos divertirmos e continuar a nos conhecer. É muito bom, deixar de lado o trabalho e ver um lado novo de todas nós.

Laura: Sim, nos conectarmos. Muito importante.

TMDQA!: Com certeza. Queria falar um pouco sobre trabalharem com a Elena Rose, uma das poucas grandes produtoras de reggaeton. Como ela inspira vocês, tanto criativamente quanto como uma mulher nesse negócio?

Laura: Conhecer a história dela foi interessante, foi algo que eu não sabia tanto. De como ela começou, como foi construindo seus contatos e como fez as músicas. É incrível ver o processo de uma pessoa que não tinha possibilidades no início fazer um caminho que é difícil, exige muita paciência – um dia, não ter algo pra comer, por exemplo. Como mulher, ela é alguém que conseguiu fazer sua história, agora é a rainha da composição em espanhol. E saber que a conhecemos, que ela está ali ao nosso lado, é algo que nos impregna com essa energia que ela carrega.

Sofia: Acho que a mensagem que a gente quer passar pro mundo e pras mulheres latinas é a mesma mensagem que a Elena passa pra gente. Ao mesmo tempo que a gente quer inspirar várias mulheres por aí, ela também nos inspira e nos dá força.

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TMDQA!: E vocês estavam falando de finalmente conseguirem ter uma banda, né? E Olvidar é uma música sobre esquecer um relacionamento ruim, sair com as amigas e sobre sororidade. A amizade entre mulheres ainda é considerada tabu. Vocês queriam abordar isso ou foi só algo que aconteceu devido à sua própria amizade?

Sofia: Com certeza. Eu acho que um dos meus medos, quando pensava em entrar num grupo, era como seria a convivência entre mulheres. Porque as pessoas sempre me falaram que vai ter inveja, que uma vai querer competir com a outra. Desde pequena, é isso que colocam na cabeça das mulheres. Você tem que competir e tem que ser melhor que a outra. Eu tinha medo de como ia ser a nossa convivência. Foi até um choque pra mim, quando a gente se conheceu e começou a trabalhar juntas, porque eu percebi que não, a gente pode lutar contra isso, pode mostrar para o mundo que não é assim, que quando a gente se junta é uma força maior, consegue juntar os nossos poderes. Então isso também é uma parte muito grande da nossa mensagem, de mostrar que sim, a gente pode ser amigas e trabalhar juntas pra uma coisa maior e para inspirar outras.

Alondra: Cada uma de nós nesse grupo dividiu as coisas. O tempo todo, cada uma tem o seu momento. Se você não aparece aqui, vai aparecer em outro momento. Então não sentimos competição entre nós, de que uma é mais importante que outra. Trabalhamos juntas e nos complementamos. Cada uma tem a sua força e cada uma é uma rainha!

Sofia: Somos únicas.

Alondra: Sim!

Laura: Por exemplo, com a escolha dos figurinos no clipe de Olvidar: se várias já têm algo que gostam e só falta uma, vamos todas ajudar a outra até conseguir. Ajudamos cada uma a ser uma rainha.

Wendii: E também tem essa coisa de que… Bem, todo mundo discute. Se fosse um grupo de homens, eles também iriam ter discussões.

Alondra: Acho até que é pior! (risos)

Wendii: É, eles brigam entre si! Mas todo mundo fala como se fosse pior entre mulheres, como se os meninos não fossem assim também.

Alondra: São humanos, né? Humanos em geral brigam!

Laura: A ideia e a chave é a comunicação. É isso que nós praticamos.

TMDQA!: Agora, uma pergunta que eu não vou resistir fazer: existe alguma música que vocês ouviram tanto na vida que nunca vão… olvidar [esquecer]?

Laura: Nossa, são tantas!

Alondra: E tem muita música que eu esqueço mesmo, ouvi muito e depois deixei pra lá (risos).

Laura: “Que las noches sin ti due-e-e-e-len” [canta um trecho de “Quédate que la noche sin ti duele”, de QUEVEDO na BZRP Music Sessions #52] – essa eu gosto, ouvi muito, mas agora nem tanto.

Alondra: É! E tem aquela, “Pepa y agua pa’ la seca” [canta um trecho de “Pepas”, de Farruko].

Laura: Moro de frente pra um rio onde passam muitos iates. E todo dia passava um iate tocando essa música!

Alondra: No mínimo, cinco vezes ao dia [continua cantando] (risos).

Sofia: É Pepas, tem até uma versão em português dessa música. [a faixa tem de remix assinado por Dennis, KVSH e The Otherz até versão piseiro]

Alondra: Jura? Ah, meu Deus!

TMDQA!: Por fim, queria perguntar o que vocês têm assistido e que possam recomendar para nossos leitores!

Wendii: O que eu tenho visto agora é You, na Netflix.

Laura: Jura? Ah, pra mim é Black Mirror ou The 100.

Sofia: Eu falo Black Mirror, é a minha série favorita sempre, ninguém vai ganhar dela.

Alondra: Eu não vejo muita série, mas a última que vi foi Stranger Things.

Laura: E La Niña de Nieve? Foi uma série espanhola que nós vimos nessa viagem.

Alondra: Ah é! O final é meio questionável, mas é boa (risos).

TMDQA!: Vou procurar. Obrigada pelo seu tempo, meninas! Espero ver vocês aqui no Brasil em breve. 

Todas: Com certeza! Obrigada!