Amy Lee está vivendo um momento realmente especial. Mais aclamada do que nunca no Brasil, a vocalista do Evanescence tem passado por várias cidades no país e vem recebendo o carinho do público com muita força, como ficou provado pela realização do maior show solo da carreira da banda em São Paulo no último sábado (21).
A apresentação, cuja resenha você confere aqui, foi a segunda de uma série de seis shows passando por cinco cidades no país com abertura da banda Ego Kill Talent. Em todos, o roteiro é o mesmo: muita emoção com as músicas clássicas de discos como Fallen e The Open Door, além de bastante peso e, muitas vezes, surpresa do público com a qualidade das músicas mais novas do disco The Bitter Truth (2021).
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@tmdqa No show do Evanescence em São Paulo, a vocalista Amy Lee cantou um trecho em português! #NuMetal #TMDQA #Música
É justamente desse ponto que parte a conversa que o TMDQA! teve com Amy Lee nos últimos dias, quando ela tirou um tempo em meio à correria da turnê para responder algumas perguntas feitas por e-mail.
A cantora abordou a recepção do público às novas músicas, falou sobre Pitty e Rita Lee, artistas brasileiras que conheceu por meio de recomendações dos fãs, e também celebrou os 20 anos desde o lançamento de Fallen e o momento vivido pelo Nu Metal e as bandas da geração dos Anos 2000.
Confira a íntegra da conversa a seguir!
TMDQA! Entrevista Amy Lee (Evanescence)
TMDQA!: Oi, Amy! Obrigado por tirar um tempo para responder essas perguntas. Espero que você esteja bem! Pra começar, você finalmente reencontrou a plateia da América Latina depois de tanto tempo distante. Como tem sido isso? É como você lembrava mesmo ou será que a pandemia deixou o pessoal ainda mais empolgado?
Amy Lee: É a melhor coisa de todas. Eu tento explicar a magia dos fãs daqui para os meus amigos de bandas que ainda não vieram, e é algo que você simplesmente precisa viver para entender. Há simplesmente um nível a mais de paixão quando se trata do público da América Latina.
Eu acho que ter que esperar mais do que pensávamos para voltar a ir a shows nos últimos anos fez com que todo mundo ao redor do planeta ficasse grato pelos bons momentos, pelo alívio que a música traz às nossas almas.
TMDQA!: O Brasil está muito empolgado pra te ver e acho que você percebeu isso pelas respostas no post que você fez pedindo recomendações de músicas brasileiras. O que você já ouviu? Tem alguma preferida?
Amy: Praticamente toda vez que eu posto qualquer coisa, não importa o assunto, eu posso ter certeza que vai rolar pelo menos um “COME TO BRAZIL” nos comentários! É uma alegria enorme finalmente sentir que podemos satisfazer o público brasileiro, pelo menos por uma semana!
Eu amei as recomendações. As duas que mais foram mencionadas foram Pitty e Rita Lee. Eu adoraria ter a chance de ir a um show por aqui e simplesmente poder sentir a energia da plateia com alguma banda local. É tão interessante ouvir artistas lendárias de outros países porque eu consigo ouvir semelhanças com bandas que eu conheço, mas ao mesmo tempo, quando se trata dos maiores, há algo que é muito único para sequer comparar com outra coisa.
Rita Lee é um clássico natural, com seu estilo próprio especial. E se eu tivesse morado aqui nos últimos 20 anos eu definitivamente estaria ouvindo Pitty! Fiquei muito empolgada de saber sobre essas duas artistas agora.
TMDQA!: Eu acho incrível que você está fazendo essa turnê e, por mais que estejam tocando vários clássicos, o disco novo também tem sido muito presente. A resposta da plateia tem sido bem boa pelo que tenho visto e, nesse sentido, queria saber o quanto é importante pra você ainda ser capaz de fazer músicas que se conectam com tantas pessoas diferentes.
Amy: Cara, significa TANTO pra mim. Ter tido tanto sucesso com nosso primeiro álbum foi uma bênção enorme de tantas formas diferentes, mas eu não quero nunca viver na sombra do passado. A cada álbum que fizemos desde então, eu desafiei a mim mesma e a minha banda a darmos mais de nós, elevar tudo isso ainda mais, ir ainda mais nas profundezas do coração.
O fato de ainda sermos capazes de juntar pessoas ao nosso redor e causar um novo impacto ao longo dos anos, mesmo 20 anos depois, significa que fizemos o que queríamos fazer. Me deixa muito feliz.
TMDQA!: No meio de tudo isso, você também está celebrando os 20 anos do disco Fallen. É um disco tão inesquecível. Ouvir algumas das coisas mais antigas, como a demo de “Bring Me to Life”, realmente nos faz abrir os olhos para tudo que esteve envolvido em fazer esse álbum. Como foi revisitar todo esse material — divertido, difícil, assustador, todas as anteriores…?
Amy: Divertido, esclarecedor, e sim, um pouco difícil às vezes. Fallen é uma parte enorme da minha vida e tem sido uma parte do nosso show ao vivo desde sempre, sempre crescendo e ao mesmo tempo me trazendo de volta pra casa. De verdade, revisitar as gravações antigas, as fitas cassette antigas, fotos, tudo isso trouxe de volta memórias e sentimentos que eu havia esquecido.
Eu era tão jovem e estava tão consumida! Eu ainda olho para trás e me sinto acima de tudo grata por ter recebido a chance extraordinária de fazer o que eu mais amo e sentir o amor voltar até mim de todos os cantos do mundo. Eu não poderia pedir mais com relação ao lugar onde estamos hoje depois de tudo que essa banda passou.
TMDQA!: Por fim, temos visto um revival de toda essa cena dos Anos 2000 de Rock e Metal, principalmente no TikTok. Bandas como KoRn, Deftones e obviamente o Evanescence têm ficado bem populares com a nova geração! Você percebeu isso? Quando você olha para todas as críticas que enfrentaram, é prazeroso finalmente ser vista dessa forma pela nova geração?
Amy: [risos] O que eu posso dizer? As modas passam, mas a autenticidade, o sentimento real e a arte de verdade duram pra sempre!