Quem esteve na segunda noite de Primavera Sound São Paulo ou assistiu ao show do The Cure pela TV, no último domingo (3), percebeu o quanto Robert Smith estava emocionado por estar no Brasil, inclusive usando uma camiseta com a bandeira do nosso país.
Mas os fãs da banda sabem que a boa relação dos britânicos com o Brasil é antiga, e todas as quatro vezes que o The Cure esteve por aqui – além deste ano, em 2013, 1996 e 1987 – renderam momentos maravilhosamente absurdos.
Separamos abaixo cinco histórias hilárias envolvendo Robert Smith e o Brasil, desde seu amor pela cachaça Pitú até um jogo do Vasco no Maracanã em que o grupo percebeu pela primeira vez que era um sucesso global.
LEIA TAMBÉM: The Cure no Primavera Sound São Paulo: veja como foi o setlist do primeiro show no Brasil em 10 anos
Bebedeira com Robert Plant, do Led Zeppelin
A passagem mais recheada de histórias sem dúvidas foi a de 1996, quando o The Cure veio para a última edição do festival Hollywood Rock no Rio de Janeiro. O line-up também tinha gigantes como Smashing Pumpkins, Black Crowes e Page & Plant, projeto paralelo do vocalista e do guitarrista do Led Zeppelin.
Segundo relato da revista Bizz (via SRzd), Robert Smith teve que ser carregado para o quarto no dia anterior ao show, depois de encher a cara com Robert Plant. No dia da apresentação, o vocalista pediu nada menos que “36 tipos diferentes de goró” para o seu camarim, e durante o show tentou dizer em português que estava “bebaço”:
Com uma pronúncia meio alterada, Robert Smith quis dividir com o Pacaembu a alegria de estar fazendo um grande show. ‘Stubibaço’ (estou bebaço), leu ele, da cola anotada em sua mão, entre várias outras simpáticas frases em português. O Cure tinha encomendado nada menos do que 36 tipos diferentes de goró para esquentar antes de sua apresentação. Na noite anterior, Smith havia tomado umas e outras com Robert Plant e teve de ser carregado para o seu quarto.
Piriri na Via Dutra
Foi nessa mesma passagem que Robert Smith viveu o perrengue que virou a manchete lendária do finado jornal Notícias Populares: “Linguiça deixa roqueiro do The Cure preso na privada”.
Saindo de São Paulo rumo ao Rio de Janeiro pela Rodovia Presidente Dutra, o cantor sentiu fome e comeu um popular “podrão” na beira da estrada. Junte isso com a quantidade de álcool que Smith aparentemente estava consumindo nessa viagem, e o resultado não podia ser diferente: um piriri histórico em terras tupiniquins.
Cada palavra desta matéria do LENDÁRIO Notícias Populares sobre o The Cure em 1996 é digna de reflexão pic.twitter.com/W4NHUpOPos
— Teco (@Edukator_Teco) December 3, 2023
Cachaça Pitú na MTV europeia
Pra encerrar os causos de 1996, precisamos voltar um ano no tempo: em 1995, prestes a lançar o disco Wild Mood Swings, o The Cure fez uma sequência de entrevistas em programas de TV. Numa delas, Robert Smith demonstrou que já vinha pesquisando sobre a cultura (e os “gorós”) brasileiros.
Ao participar da última edição do programa “Most Wanted” da MTV Europa, o vocalista presenteou o apresentador – do nada – com uma tradicionalíssima cachaça Pitú. Certamente se tratava de um teste para o camarim com “36 tipos de goró” no ano seguinte, né?
Homenagem no telão do Maracanã
Agora vamos voltar para 1987, quando o The Cure tocou pela primeira vez em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre. Na passagem pela capital fluminense, a banda aproveitou para conhecer o Maracanã, estádio que consideravam o “maior e mais bonito do mundo”.
A banda assistiu a um glorioso Vasco 3 x 0 Bangu pelo campeonato carioca, e segundo o portal UOL (via Whiplash), foi a primeira vez que os britânicos perceberam que eram um sucesso global depois que o telão do Maraca exibiu a frase: “O Brasil dá boas-vindas ao The Cure”:
Na segunda noite no Gigantinho [em Porto Alegre], o Cure estava tão exausto com o calor e o barulho que precisou tomar oxigênio antes de tentar um bis. Três dias depois, a banda estava em Belo Horizonte para um show diante de 20 mil fãs no Mineirinho. O calor e a multidão eram tão intensos quanto nos shows anteriores na América do Sul. […] Mais do que qualquer loucura que havia acontecido antes, na terceira semana da turnê o Cure sabia que estava em um estranho universo pop. A banda foi a um jogo de futebol entre Vasco e Bangu, no Maracanã. Depois que se sentou no camarote da diretoria, quase caiu para trás quando o imenso placar eletrônico mostrou uma simples mensagem: O BRASIL DÁ BOAS-VINDAS AO THE CURE. Era oficial: o Cure era muito grande.
Amo The Cure porque eles viveram demais o Brasil. É gastroenterite por causa de podrão na estrada, é excursão para Ouro Preto, é assédio em estádio de futebol (num jogo Vasco x Bangu) 🇧🇷🇧🇷🇧🇷 https://t.co/PrKOP41tZb pic.twitter.com/aOUodA33fH
— rafaela (@RafaFreitas) December 4, 2023
Visita do The Cure a Ouro Preto
Conforme o relato acima, o The Cure enfrentou um calor intenso em sua primeira passagem pelo Brasil, e por isso decidiu estar ao ar livre sempre que possível, aproveitando para conhecer os principais pontos turísticos do nosso país.
A passagem por Minas Gerais, especialmente, rendeu fotos fofíssimas dos integrantes ao lado de monumentos históricos de Ouro Preto, cidade considerada Patrimônio Mundial pela UNESCO que fica a menos de 100km da capital Belo Horizonte. A gente espera que eles continuem voltando sempre pra gerar mais momentos icônicos!
Amo The Cure porque eles viveram demais o Brasil. É gastroenterite por causa de podrão na estrada, é excursão para Ouro Preto, é assédio em estádio de futebol (num jogo Vasco x Bangu) 🇧🇷🇧🇷🇧🇷 https://t.co/PrKOP41tZb pic.twitter.com/aOUodA33fH
— rafaela (@RafaFreitas) December 4, 2023