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Em 2008, Max e Iggor Cavalera explicavam como tragédia com Dimebag Darrell levou à reconciliação dos irmãos

Separação do Sepultura em 1996 deixou marcas na família Cavalera, e os irmãos Max e Iggor só voltaram a se falar em 2007; entenda.

Max Cavalera e Iggor Cavalera trazem turnê de Roots para o Brasil
Foto por Jim Louvau

Depois de escreverem um capítulo inigualável para o Metal brasileiro no tempo em que estiveram juntos no Sepultura, os irmãos Max e Iggor Cavalera se reuniram em 2007 para expandir seu legado musical com o grupo Cavalera Conspiracy.

Mas, no meio desse caminho, os músicos precisaram recuperar algo muito maior que sua afinidade musical: a própria relação familiar, que foi abalada quando Max deixou o Sepultura em 1996, logo após o lançamento do clássico Roots.

Desentendimentos entre Iggor, Andreas Kisser, Paulo Xisto Jr. e a então empresária da banda Gloria Cavalera, esposa de Max, levou os irmãos a ficarem mais de 10 anos sem se falar.

Numa entrevista à revista Metal Hammer em 2008, Iggor Cavalera revelou dois motivos que o fizeram encerrar esse silêncio, pegar o telefone e iniciar a reconciliação com Max. Um deles tem a ver com seus filhos, e outro com o assassinato de Dimebag Darrell, guitarrista do Pantera, que aconteceu em 2004:

Eu fiz isso por muitos motivos. Havia razões pessoais, familiares, o fato de que ele é meu irmão. Eu não queria que meus filhos crescessem sem conhecer o Max. E também toda a situação do Dimebag afetou a nós dois, porque conhecíamos bem ele e Vinnie Paul. Nos fez pensar o que faríamos se acontecesse com a gente. Não parecia uma boa situação para mim, então eu decidi ligar independentemente de qual seria o resultado.

Os irmãos Max e Iggor Cavalera

Na mesma entrevista de 2008, Max Cavalera disse que foi um pouco reticente no começo, mas logo aprovou a atitude do irmão. Já com os demais ex-colegas de Sepultura, ele acreditava que não havia chance de uma reaproximação:

Sabe, eu tenho muito orgulho do meu irmão. Ele fez aquela ligação sem saber se eu responderia que nunca mais queria falar com ele. Isso me lembra uma frase de Martin Luther King, ‘As piores coisas do mundo são aquelas que deixamos sem dizer’. […] Sobre Andreas e Paulo, não vejo motivo para falar sobre eles. É como as eleições presidenciais nos EUA neste momento, que para mim são uma piada completa. É só um monte de gente dizendo o quanto se odeiam. O que pode sair de bom disso?

Vale lembrar que o Sepultura está realizando neste momento a sua turnê de despedida, em que também celebra 40 anos de carreira, e o guitarrista Andreas Kisser disse que cogita a possibilidade de convidar os irmãos Cavalera para o palco. Será que esse reencontro finalmente vem?!

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