Dos Beatles ao blink-182: 10 músicas que referenciam outros artistas

Desde que a música tem letras, artistas fazem referências a outros lançamentos em suas músicas. Conheça 10 exemplos marcantes de diversos gêneros!

10 músicas que citam outros artistas

Desde que a música passou a ter letras, não é incomum vermos artistas fazendo referências a outros lançamentos em suas músicas. Seja por uma sinalização de respeito, para fazer uma crítica, para usar como metáfora ou até mesmo apenas para rimar, não faltam exemplos dessas citações.

A prática, aliás, percorre diversos gêneros e épocas, e acontece de diversas maneiras. Algumas vezes, chega a passar despercebida — você, talvez, já tenha cantado o verso “She’s a good girl, crazy ‘bout Elvis / Loves horses and her boyfriend, too”, de “Free Fallin'” (Tom Petty) sem nem perceber a referência a Elvis Presley.

Por outro lado, há ocasiões em que a menção não podia ser mais explícita, como no caso do The Chainsmokers em “Closer”, parceria com Halsey“Stay and play that blink-182 song / That we beat to death in Tucson, okay”.

Abaixo, você pode conferir as histórias por trás destes e de outros exemplos que ficaram marcados na história da música!

10 músicas que referenciam outros artistas nas letras

Tom Petty – “Free Fallin'”

Verso: “She’s a good girl, crazy ‘bout Elvis / Loves horses and her boyfriend, too”

A referência de Tom Petty no clássico de 1989 é, obviamente, a Elvis Presley. Aqui, o Rei do Rock é usado para criar uma personalidade para a mulher descrita na música, com Elvis representando a forte ligação da protagonista à cultura estadunidense — algo que também é exemplificado quando ele cita as outras paixões da garota, incluindo Jesus Cristo, sua mãe, e cavalos.

Lynyrd Skynyrd – “Sweet Home Alabama”

Verso: “Well I heard Mr. Young sing about her / Well I heard ol’ Neil put her down / Well I hope Neil Young will remember / A southern man don’t need him around anyhow”

Apesar de não parecer, o Lynyrd Skynyrd Neil Young são contemporâneos e “Sweet Home Alabama” vem na forma da banda dando uma resposta a uma música de Neil.

Sempre lutando por melhores direitos humanos, Young lançou em 1970 uma música chamada “Southern Man”, que apontava para os problemas de racismo no sul dos EUA. Em resposta, o Lynyrd Skynyrd escreveu o verso de “Sweet Home Alabama” para dizer, basicamente, que “nem todo sulista” era assim.

Apesar da treta, o guitarrista Gary Rossington sempre disse que todos da banda eram grandes fãs de Neil e que o verso da música foi feito mais pela brincadeira com as palavras e rimas do que para passar uma grande mensagem.

John Lennon – “God”

Verso: “I don’t believe in Elvis / I don’t believe in Zimmerman / I don’t believe in Beatles / I just believe in me”

Quem é que não se lembra da polêmica declaração de John Lennon dizendo que os Beatles eram maiores do que Deus? Pois bem: Lennon nunca foi de fugir de polêmicas e, em seu primeiro disco solo, voltou a usar uma metáfora religiosa para falar de sua banda, mas dessa vez de forma autocrítica.

Citando até o nome verdadeiro de Bob Dylan (Robert Zimmerman), John declarava o “fim de uma geração” em “God”, questionando os “falsos ídolos” e suas adorações por parte do público. Pelo menos a reflexão valeu para ele também!

Chico Buarque – “Paratodos”

Na composição de Chico Buarque chega a ser difícil selecionar apenas um verso, já que “Paratodos” faz jus ao nome e cita uma grande gama de artistas brasileiros. De Tom JobimDorival CaymmiJackson do PandeiroCartolaGal CostaRita Lee, a canção traça um paralelo entre tantas vidas, incluindo a do próprio Chico e de seus ancestrais.

Queen – “I Go Crazy”

Verso: “So I ain’t gonna go and see the Rolling Stones no more / I don’t want to go and see Queen no more, no more”

Uma das músicas mais curiosas dessa lista, “I Go Crazy” é escrita sob o ponto de vista de um jovem que foi a um show dos Rolling Stones com a namorada e a viu desaparecer durante a apresentação, reencontrando-a depois acompanhada de Mick Jagger.

Escrita por Brian May, a faixa (supostamente) é inspirada em uma história fictícia, e acabou nunca entrando em um disco do Queen. Ela foi apenas lançada como um lado B para o single “Radio Ga Ga” e é bem esquecida em meio ao catálogo da banda – mas é divertida!

Gabriel O Pensador – “Festa da Música”

Em 1997, Gabriel O Pensador lançou o mais bem sucedido disco de sua carreira, chamado Quebra-Cabeça.

Entre outros tantos hits, lá estava “Festa da Música”, uma canção que te põe dentro de uma festa recheada de grandes talentos da música brasileira como Renato Russo, Caetano Veloso, Lobão, Rita Lee, Roberto Carlos, João Gordo, Raimundos, Cássia Eller, Zizi Possi, Fernanda Abreu e, literalmente, dezenas de outros.

Weezer – “Buddy Holly”

Verso: “Ooh-wee-ooh, I look just like Buddy Holly / Oh oh, and you’re Mary Tyler Moore / I don’t care what they say about us anyway / I don’t care about that”

Talvez pelo artista não ser tão conhecido no Brasil, especialmente pela geração fã de Weezer, a referência a Buddy Holly que aparece já no título da música acaba passando batida por muita gente. Se for o seu caso, vale conhecer o trabalho de Buddy, um dos pioneiros do Rock dos Anos 50 nos EUA.

Ainda assim, Rivers Cuomo já deixou claro que a escolha por Buddy Holly foi meramente estética. Ao invés dele e de Mary Tyler Moore, a letra original da canção citava, respectivamente, Ginger Rogers Fred Astaire. A mudança se deu para que o verso coubesse melhor na métrica, além de Cuomo achar que Holly “representava melhor as emoções da música”.

Engenheiros do Hawaii – “Era Um Garoto, Que Como Eu, Amava os Beatles e os Rolling Stones”

Em 1966, o cantor italiano Mauro Lusini escreveu uma música que falava sobre a Guerra do Vietnã, os Beatles e os Rolling Stones.

Ele a apresentou a Gianni Morandi e Franco Migliacci, e o último a passou do inglês não muito certeiro de Lusini a uma versão italiana, que batizou de “C’era un ragazzo (che come me amava i Beatles e i Rolling Stones)”. Morandi gostou do resultado final, apresentou a música em um festival em Roma, e pronto, o sucesso foi instantâneo.

Aqui no Brasil, a primeira versão em Português ficou popular com Os Incríveis, no período da Jovem Guarda, mas a que mais está presente na memória dos roqueiros brasileiros é aquela gravada pelo Engenheiros do Hawaii, que incluiu “Era Um Garoto, Que Como Eu, Amava os Beatles e os Rolling Stones” no álbum O Papa é Pop, de 1990, e não poderia ficar de fora desta lista ao referenciar duas enormes bandas já no título e em diversos momentos da letra.

Skank – “Réu e Rei”

Verso: “Desde que você disse nem / Saber quem foi John Coltrane / E Noel Rosa era alguém / Que seus tios gostavam bem”

Parte do disco de estreia homônimo do Skank, “Réu e Rei” tem fortes influências do Ska e do Reggae e elementos do Jazz, com uma sonoridade ainda menos Pop do que a que a banda viria a ficar conhecida. Neste ponto, não é surpresa as citações a John Coltrane e Noel Rosa, logo no início da canção.

The Chainsmokers & Halsey – “Closer”

Verso: “Stay and play that Blink-182 song / That we beat to death in Tucson, okay”

Aqui, realmente, não há segredo. O verso é bem literal e veio de uma inspiração revelada por Andrew Taggart, metade do duo Chainsmokers, que contou que a dupla estava ouvindo blink-182 à exaustão quando escreveu a música.

Ele, inclusive, chegou a revelar que a música seria “Feeling This”, mas depois repensou e disse que talvez seria “I Miss You” – ou, na verdade, qualquer uma do disco homônimo.