O TikTok e a Universal Music Group (UMG) anunciaram um novo acordo de licenciamento. Ele permitirá que as músicas dos artistas do catálogo da gravadora retornem à plataforma após mais de três meses de ausência.
Embora detalhes sobre valores ainda não tenham vindo à tona, sabe-se que a compensação para o casting da Universal Music será mais alta que a anterior. Além disso, a UMG e o TikTok irão trabalhar juntas em criar oportunidades para venda de itens de merchandising dentro do app.
As novas diretrizes do acordo somam ao grande objetivo final da Universal Music: gerar mais dinheiro para seus artistas. Pelo visto, isso tem tudo para dar certo!
Entendendo a treta UMG x TikTok
Desde fevereiro, faixas de grandes nomes do pop mundial, como The Weeknd, Olivia Rodrigo e Drake haviam sido removidas do TikTok após o fim do acordo vigente. A UMG argumentou que a proposta feita pelo aplicativo não refletia o valor justo das músicas em comparação com outras plataformas.
Além das questões de pagamento, a UMG expressou preocupações sobre o uso de músicas geradas por inteligência artificial (IA), que poderiam violar direitos autorais.
Desde então, não apenas as duas empresas não arredaram o pé, como decidiram trocar farpas por meio de comunicados na imprensa. Por meses, a situação não evoluiu, com o silêncio reinando de ambos os lados. Até que, enfim, as negociações, que aconteceram de forma sigilosa, deram frutos.
Será o fim da treta?
Novo acordo da Universal Music com o TikTok: trégua
O novo contrato firmado entre a UMG e a ByteDance resolve questões que vêm se arrastando há cerca de três meses, quando chegou ao fim o acordo anterior. Com isso, aproximadamente 4 milhões de músicas já estão de volta ao aplicativo.
O acordo tem como foco a ampliação das oportunidades de monetização, aproveitando as capacidades de comércio eletrônico do TikTok – um dos focos para a empresa em 2024.
Isso inclui funções como salvar a canção no aplicativo de música do celular, dados aprimorados e recursos de venda de ingressos. A ideia é que os artistas possam expandir suas bases de fãs através do TikTok, que conta com mais de 1 bilhão de usuários. Ainda não está claro quando todas essas novidades serão implementadas por completo.
Em relação à proteção dos direitos autorais, o TikTok se comprometeu a remover músicas geradas por IA sem autorização, garantindo assim os direitos dos artistas e compositores.
O papel de Taylor Swift
Claro que essa vitória vai para a conta da UMG, que não cedeu em sua posição, mesmo diante de questionamentos de parte de artistas e do mercado. Uma delas foi Taylor Swift, que não chegou a se pronunciar sobre o assunto, mas decidiu restituir suas canções no TikTok uma semana antes do lançamento de seu mais recente disco, The Tortured Poets Department. Isso porque a artista tem esse direito garantido em seu contrato – o mesmo não vale para muitos outros nomes da casa, inclusive de grande porte.
A treta entre a Universal Music e o TikTok pode até ter chegado ao fim, porém as questões levantadas em um contexto limitado – a relação da gravadora e editora com o app – se aplicam a todo o ecossistema da música. Afinal, a remuneração dos artistas e a proteção contra os avanços da IA vêm literalmente pautando todo o mercado.
Ou seja, os problemas continuam – apenas de forma menos generalizada para um grupo seleto de artistas protegidos pelo guarda-chuvas da maior gravadora do mundo.