Poucas declarações de amor são tão impactantes quanto ter uma obra de arte dedicada a você… e poucas mulheres receberam mais homenagens musicais que Pattie Boyd.
Principal “musa inspiradora” dos tempos modernos, a modelo, empresária e fotógrafa tomou conta dos corações de três ícones do Rock britânico nos anos 1960 e 1970: George Harrison, Eric Clapton e Ronnie Wood.
Se o triângulo amoroso entre Boyd, Harrison e Clapton está entre as histórias mais fascinantes da música, o “troca-troca” com o guitarrista dos Rolling Stones foi um caso pouco divulgado.
Nesta matéria especial, vamos relembrar todas essas polêmicas e te contar quem é a mulher por trás de hits como “Something”, “Layla” e “Wonderful Tonight”.
George Harrison foi primeiro namorado de Pattie Boyd
Primeira filha de um pai militar, Pattie Boyd nasceu em 1944 na Inglaterra mas viajou muito na infância, chegando a morar na Escócia e no Quênia, onde nasceram seus irmãos.
Ela começou a modelar em 1961, quando tinha apenas 17 anos, e logo se tornou o rosto de revistas como Vogue, Vanity Fair e Elle. Para especialistas, ela incorporava a “mulher britânica” da época, com um look formado por minissaia, cabelos longos e lisos e olhos grandes.
Com uma beleza estonteante, Pattie arrumou papeis no cinema, incluindo o filme dos Beatles A Hard Day’s Night, de 1964 (veja abaixo a cena em que ela participa). Foi assim que ela conheceu e começou a namorar com George Harrison.
No auge da Beatlemania, Boyd precisou fazer uma pausa na carreira para evitar assédios das fãs de Harrison. Os dois se casaram e foram passar uma temporada na Índia, onde o guitarrista aprendeu a tocar cítara com Ravi Shankar.
Pattie também aderiu à religiosidade indiana, se tornou vegetariana e praticante de yoga. O casal ainda apoiou estudos com LSD e o consumo de maconha – eles chegaram a ser presos por porte da droga no dia do casamento de Paul McCartney.
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Eric Clapton e Ronnie Wood entram na jogada
Acontece que Pattie Boyd queria voltar a modelar, o que ia de encontro à nova espiritualidade de Harrison. Em 1970, após o fim dos Beatles, ela retomou a carreira e ainda passou a escrever colunas de moda para jornais americanos.
Nesse mesmo período, o guitarrista Eric Clapton – que já era muito amigo do casal – se tornou vizinho. Não deu outra: ele se apaixonou perdidamente pela esposa de Harrison e chegou a namorar a irmã de Pattie, Paula Boyd.
Cada vez mais despudorado, Clapton dedicou um álbum inteiro à modelo, o clássico Layla and Other Assorted Love Songs (1970). Mas a obra-prima foi em vão, e o guitarrista passou os três anos seguintes isolado e entregue ao abuso de drogas.
Foi aí que mais um guitarrista romântico entrou na história, mas este apenas para encontros “casuais”. Ronnie Wood, dos Rolling Stones, teve um caso com Pattie enquanto George Harrison a traía com a esposa de Ronnie, Krissie Wood.
Como as aventuras extraconjugais de Harrison não cessavam, Boyd o deixou em 1974. Ela finalmente se rendeu aos apelos de Clapton em 1979, mas o matrimônio acabou anos depois pelos mesmos motivos – traições, alcoolismo e a dificuldade de gerar um filho.
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Principais músicas inspiradas por Pattie Boyd
Do ponto de vista musical, a relação de Pattie com George rendeu clássicos como “I Need You”, “For You Blue” e “Something”, que Frank Sinatra chamou de “a música de amor mais bela de todos os tempos.
De Clapton, a musa extraiu clássicos como “Wonderful Tonight”, “She’s Waiting” e “Layla”, e a breve relação com Wood o fez escrever “Mystifies Me” e “Breathe On Me”, de seus primeiros discos solo. Tá bom ou não?!
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A maior musa do Rock
Essas histórias ficaram eternizadas nas autobiografias de Eric Clapton – considerado um dos maiores livros biográficos do Rock -, e na obra da própria Pattie Boyd, chamada Wonderful Today, ambas lançadas em 2007.
A modelo também rodou o mundo nos anos 2000 com uma exposição de fotos que tirou desses personagens nos anos 1960. A mostra Through the Eye of a Muse foi exibida nos EUA, Reino Unido, Canadá, Irlanda e Austrália.
Em entrevista à revista Harpers Bazaar em 2018, Pattie Boyd disse que o título de musa não a incomoda – como fica claro pelo título de sua mostra, que se traduz para algo como “Pelos Olhos de Uma Musa” – e que essas músicas são um retrato da pureza das relações que teve com os músicos:
Eu acho que o conceito de musa faz sentido para os grandes pintores, poetas e fotógrafos, que tradicionalmente tinham mais de uma musa. O artista absorve elementos de sua musa que não tem nada a ver com palavras, apenas a pureza de sua essência.