Em 2015, o grupo de Hip Hop Wu-Tang Clan disponibilizou uma única cópia do disco Once Upon a Time in Shaolin e a mesma foi vendida por mais de R$10 milhões, o que tornou o polêmico empresário farmacêutico Martin Shkreli dono do “álbum mais caro do mundo”.
No entanto, o privilégio do milionário parece finalmente ameaçado, já que o raríssimo trabalho de estúdio estará disponível para audição pública. O problema é que os interessados precisariam literalmente ir até a Tasmânia, na Austrália, para tornar o desejo possível.
Como informou o The Guardian, o Museu de Arte Antiga e Nova de Hobart conseguiu o álbum por empréstimo do coletivo de arte digital Pleasr, que adquiriu o disco em meio aos problemas financeiros e judiciais de Shkreli.
Para sua próxima exposição “Namedropping”, o local pretende explorar noções referentes ao status e a vida de celebridade e notoriedade.
Gravado em segredo entre 2006 e 2013, Once Upon a Time in Shaolin está guardado em uma caixa de prata ornamentada e supostamente apresenta contribuições de todos os membros remanescentes do Wu-Tang Clan, além de duas participações de Cher.
Digno do posto de álbum mais valioso já feito, né?
Wu-Tang Clan e o disco mais raro do mundo
A raridade de Once Upon a Time in Shaolin pretendia ser uma declaração sobre o impacto do streaming e da pirataria no mercado da música, com os produtores do Wu-Tang, Cilvaringz e RZA, descrevendo-o como “uma abordagem musical de estilo renascentista de 400 anos”.
Com o disco, eles esperavam “oferecê-lo como um bem encomendado… para inspirar e intensificar debates urgentes sobre o futuro da música”. Depois da gravação, uma única cópia de dois CDs foi impressa e os arquivos master digitais foram posteriormente excluídos.
Na época, um acordo legal estipulava que o álbum não poderia ser usado para qualquer finalidade comercial por 88 anos, ou seja, até 2103. Aliás, RZA disse que o número de anos foi escolhido porque havia oito membros originais do Wu-Tang Clan.
Como “2015” representa “8” se somarmos cada número, e um oito girado é o símbolo do infinito, Method Man, também integrante do Wu-Tang, definiu “88” como o número de anos que seria estabelecido como prazo.
Pelo acordo, segundo o The Guardian, Once Upon a Time in Shaolin pode ser tocado em festas e um medley de 13 minutos foi apresentado para cerca de 150 especialistas em arte, fãs de Rap e potenciais compradores em um único evento realizado no MoMa de Nova York, ainda em 2015.
Será que um dia teremos acesso a essa preciosidade? Enquanto isso não acontece, confira logo abaixo um vídeo de bastidores da residência do grupo feita em Las Vegas, no estado de Nevada, em Março.
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