A explosão do mercado de shows no Brasil é uma realidade – quem nunca teve de escolher entre uma turnê super badalada e um festival imperdível, que atire a primeira pedra! Prova disso é a pesquisa inédita realizada pela Serasa em parceria com o Opinion Box.
O estudo revelou que 62% dos brasileiros comparecem a pelo menos um show de artistas nacionais anualmente. Além disso, 27% dos brasileiros investem em ingressos para shows internacionais a cada ano.
O estudo entrevistou 1.398 pessoas em março de 2024 e traça uma radiografia detalhada e atualizada dos hábitos de consumo relacionados ao mercado de eventos musicais no país.
Ai, meu bolso!
Até a Serasa já notou que a ampla oferta de shows pode estar exigindo bastante do orçamento dos fãs de música. Porém, nem sempre isso significa endividamento.
De acordo com o levantamento, 56% dos entrevistados afirmam que realizam um planejamento financeiro para garantir sua presença em shows e festivais. Além disso, 46% dos fãs destinam uma parte específica de seus recursos para esses eventos.
Até porque os gastos não se limitam a ingressos: a experiência completa de um show envolve taxas das tiqueteiras, transporte, compra de alimentos e bebidas no local do evento, aquisição de itens oficiais na lojinha e até hospedagem, em alguns casos.
Os números sustentam essa realidade: 68% dos participantes mencionam que gastam, em média, R$200 com alimentação e bebidas durante os eventos, o que mostra a dimensão dos gastos adicionais envolvidos.
Para aqueles que precisam viajar para assistir a um show em outra cidade, os custos se elevam consideravelmente, abrangendo despesas com alimentação fora do evento, hospedagem e transporte, totalizando uma média de até R$1.000 por pessoa. Mas, claro, isso depende de muitos fatores, como o tamanho do deslocamento necessário para estar no mesmo lugar que seu artista favorito.
Tudo tem limite (inclusive o cartão)
Como já te contamos aqui no TMDQA!, quando o assunto é o valor dos ingressos, 70% dos entrevistados declararam que o máximo que estão dispostos a pagar por um show é R$300. Esse teto de gastos reflete uma preocupação com o custo-benefício dos eventos, especialmente em um cenário econômico desafiador.
Apesar do planejamento financeiro, 60% dos consumidores revelam que costumam comprar ingressos com menos de um mês de antecedência, o que pode indicar uma preferência por decisões de última hora ou uma resposta a lançamentos e promoções de ingressos.
Se por um lado isso é compreensível, a prática acaba prejudicando as produtoras e promotores, em especial os de menor porte. É com a venda antecipada de ingressos que os realizadores do evento conseguem garantir sua estrutura básica, segurança e, claro, o pagamento de todos os profissionais envolvidos.
Crédito e parcelamento: facilitadores para os fãs
O cartão de crédito é a principal forma de pagamento para 48% dos consumidores na compra de ingressos, seguido pela transferência via Pix. Entre aqueles que optam pelo cartão, 59% buscam opções de parcelamento sem juros, o que evidencia uma estratégia de gestão financeira para diluir o impacto dos gastos ao longo do tempo.
Clara Aguiar, especialista em educação financeira da Serasa, reforça que o parcelamento, quando utilizado de forma consciente e planejada, pode ser uma ferramenta eficaz para a organização financeira dos consumidores. O que não é recomendável é tornar essa uma prática recorrente, com parcelas se acumulando ao longo do tempo a cada novo show anunciado.
O parcelamento pode ser uma boa ferramenta de organização financeira, quando adotado com planejamento e consciência. Dessa forma, para evitar aquela bola de neve ao se enrolar com as várias parcelas, o consumidor pode utilizar uma planilha para anotar todos os gastos – com shows e outros segmentos -, e organizar os valores ao longo dos meses.
Enquanto isso, novas turnês e festivais continuam a ser anunciados por todo o país, o que mostra um setor aquecido. Cabe aos fãs de música colocarem a mão no bolso – e a outra na consciência!