Fotos por Samyr Aissami
Em 2011 a organização do SWU Music + Arts Festival optou por fazer do primeiro dia de evento uma mistura de artistas de reggae com nomes do rap e da música POP, o que fez com que muitos dos roqueiros que lotaram os 3 dias de evento no ano passado optassem por ir apenas ao último dia do festival.
Durante o dia 12 de Novembro nomes como SOJA, Damian Marley, Emicida, Marcelo D2, Snoop Dogg, Kanye West e Black Eyed Peas fizeram com que o SWU tivesse cara de festival de reggae durante a tarde e balada durante a noite.
Logo abaixo você confere como foram os shows mais importantes do dia com textos e fotos exclusivas.
Emicida
Tocando no único dia ensolarado de SWU 2011 o rapper Emicida teve a árdua tarefa de abrir as atividades em um dia onde as atrações mais próximas eram de reggae e quem estava ali para ouvir rap aguardava a performance de Marcelo D2.
O cara não teve problemas em tirar a situação de letra e mandou bem ao lado de seu DJ com sons como “Rua Augusta”, “E.M.I.C.I.D.A.” e uma série de sons de outros rappers brasileiros como “Tic Tac” (Doctor’s MCs), “Sou Negão” (Rappin’ Hood), “Us Mano e As Mina” (Xis) e “Rap É Compromisso” (Sabotage) , o que facilitou a adesão do público que cantou e ovacionou o cara.
Ao final das contas, Emicida fez um bom show, ganhou fãs ali e aproveitou para dar uma cutucada na transmissão do evento, que não passava os artistas de horários do começo da tarde para a TV.
Setlist:
01 – Intro Dom Salvador (Sangue Suor e Raça)
02 – Só Mais Uma Noite (Com Fioti)
03 – Rua Augusta
04 – Licença Aqui
05 – E.M.I.C.I.D.A.
06 – Eu Só Quero é Ser Feliz
07 – A Capela
08 – De Onde Cê Vem?!
09 – Medley
10 – Corpo Fechado
11 – Tic Tac
12 – Bem Vindos a VR
13 – Fim de Semana no Parque
14 – Sou Negão
15 – Us Mano, As Mina
16 – Fogo Na Bomba (De Menos Crime)
17 – Rap é Compromisso
18 – Jovelina 2.0
19 – I Love Quebrada
20 – Viva
21 – Freestyle
22 – Triunfo
Michael Franti & Spearhead
Michael Franti subiu ao palco do SWU com sua banda, o Spearhead e contou com o forte sol para combinar com sua mistura de jazz, funk, reggae e rock, além de suas letras e palavras de incentivo a causas sociais.
Com seu som e seu carisma o cara conseguiu conquistar o público presente que estava mais no terreno do “vamos conhecer a banda” do que dos fãs cativos e ao final da apresentação despejou várias bolas coloridas de plástico em cima da plateia, o que deixou a festa mais bonita.
Sempre procurando interagir com o público, Michael fez com que quem estivesse ali se divertisse e conhecesse seu trabalho ao mesmo tempo, como pode ser visto no vídeo abaixo.
Marcelo D2
Marcelo D2 foi a primeira grande atração do dia e respondeu à altura aos gritos dos milhares de fãs que se aglomeravam em frente ao palco esperando por sua apresentação.
Com um show repleto de hits de sua carreira solo como “À Procura da Batida Perfeita”, Queimando Tudo” e “Mantenha o Respeito” do Planet Hemp e “A Semente” e “Malandragem Dá Um Tempo” de Bezerra da Silva, D2 promoveu uma verdadeira festa em cima do palco.
Aao convidar seu filho para cantar “Loadeando” e Helinho (Ponto de Equilíbrio), Venom e Emicida para fechar o show com “Qualé?”, o rapper expandiu a festa que contou não só com esses nomes, mas também com a plateia que cantou a música do início ao fim.
Em um setlist com 19 músicas que agradaram a fãs de todas as fases de sua carreira, D2 fez um dos shows mais interessantes de todo o evento.
Setlist:
01 – Vai Vendo
02 – A Maldição do Samba
03 – À Procura da Batida Perfeita
04 – A Arte do Barulho
05 – Gueto
06 – Desabafo
07 – 1967
08 – Eu Tive Um Sonho
09 – Pode ACreditar
10 – Oquecêqué
11 – Profissão MC
12 – Stab
13 – Contexto
14 – Queimando Tudo
15 – Mantenha o Respeito
16 – Loadeando
17 – Eu Já Sabia
18 – C.B. Sangue Bom
19 – Qualé?
Matt & Kim
Diversão. Assim pode ser resumido o show da dupla Matt & Kim, que tocou no New Stage do SWU 2011.
Abrindo a festa com um pedaço de “The Final Countdown”, música do Europe e um dos maiores hinos do metal-farofa de todos os tempos, Matt e Kim não pararam um minuto durante seu set.
Com uma mistura de indie rock e música dançante, Kim não se limitou a ficar em sua bateria e Matt também não se contentou em ficar atrás de seu teclado, já que a todo momento procuravam interagir com o público e realizar uma ou outra de suas peripécias como se encoxar no palco, “surfar” nas mãos do público ou pular freneticamente sobre seus instrumentos.
Se quem estava ali presenciando o show não conhecia a dupla, pode ter certeza que saiu fã dos caras, que foram um dos destaques de todo o festival, mesmo tocando no New Stage.
Setlist:
01 – The Final Countdown
02 – Block After Block
03 – 45 King
04 – I Wanna
05 – Good ol’ Fashion Nightmare
06 – Lessons Learned
07 – Better off Alone
08 – Good for Great
09 – Silver Tiles
10 – It’s a Fact (Printed Stained)
11 – Just a Friend
12 – Yea Yeah
13 – Turn this Boat Around
14 – Cinders
15 – Pon de Floor
16 – Grand
17 – Daylight
Damian Marley
Damian Marley carrega o sobrenome de um dos músicos mais famosos de todos os tempos e se isso facilita para que o som do cara seja divulgado mais facilmente, prejudica quando o público quer ouvir mais as músicas de seu pai do que as suas próprias.
Ao tocar sons dos discos solo como Welcome to Jamrock, Damian conseguiu obter uma boa resposta do público, mas nada comparado com os momentos onde tocou clássicos de Bob Marley como “Is This Love” e “Get Up, Stand Up”.
Ao final da apresentação que durou perto de uma hora, uma imagem de Bob foi mostrada no telão do palco de Damian, que fez uma homenagem a seu pai.
Snoop Dogg
Snoop Dogg pediu para que Neymar, Ronaldo e Paulo Coelho fossem ao seu show no SWU.
Se eles estavam em Paulínia, eu não sei, mas se estavam presenciaram uma verdadeira balada regada a hip hop e música pop assim que o cara subiu ao palco com seu visual pra lá de bizarro e ego sempre inflado.
Ao lado de músicos e três dançarinas o cara comandou sua festa que teve seu auge durante sons que mesmo quem não gosta do estilo conhece como “P.I.M.P.”, “Sensual Seduction” e “Beautiful”.
Para encerrar o show e fazer uma moral com o público brasileiro, o DJ de Dogg colocou “Minha Fantasia” do Só Pra Contrariar para tocar e se despediu do palco desejando paz, amor e alma aos brasileiros.
Kanye West
Resenha por Guilherme Guedes postada originalmente no Portal Vírgula
Kanye West não é um rapper qualquer. Apesar de ser um dos maiores nomes do hip-hop atualmente e de carregar quase todos os estereótipos do estilo, o americano é conhecido por sempre tentar levar sua música a diferentes extremos, com resultados variáveis. E foi justamente com essa personalidade megalomaníaca que ele desembarcou no Palco Consciência do SWU Music & Arts Festival no Sábado, dia 12.
O americano chegou ao Brasil no embalo da turnê de Watch The Throne, disco lançado em parceria com Jay-Z (que por sua vez, cancelou sua apresentação no Rock in Rio, em outubro). Mas apesar das citações à parceria, boa parte do repertório saiu do elogiado My Dark Twisted Fantasy, o quinto álbum do rapper e produtor, lançado no ano passado.
Visualmente, o show impressiona. Vinte bailarinas subiram ao palco durante H.A.M., faixa de Watch The Throne usada como introdução, que abriu as portas para a sequência Dark Fantasy e Power – cantada em uníssono pelo público, a essa altura, ainda encantado com West.
Ansiosa pelo Black Eyed Peas e embalada por Snoop Dogg, a plateia queria hits. Kanye conseguiu entreter os presentes até “Good Life”, que sampleia “P.Y.T.”, de Michael Jackson, mas a trinca “Love Lockdown”, “Say You Will” e “Heartless”, todas de 808’s & Heartbreak (2008), esfriou os ânimos. Carregadas no auto-tune e com batidas lentas e menos impactantes, as faixas dispersaram parte da plateia, que a essa altura começava a se dirigir para o palco oposto.
Na hora certa, Kanye tentou virar o jogo, e por uns instantes parecia ter conseguido. “Touch The Sky” fez o público acordar, e “Gold Digger” causou o primeiro frisson da noite. Logo após o primeiro refrão, o rapper pediu ao DJ que o acompanhava que parasse a música.
“Vocês sabem que ainda estou longe de terminar, né? Então quero todos indo à loucura agora!”, pediu. Com a boa resposta do público, Kanye recomeçou a música, desta vez pulando, correndo de um lado para outro – alegria que contagiou o público.
Em “All of The Lights”, outro sucesso de seu último álbum, ele fez o mesmo. Parou a música, e fez um pedido: “Ei, eu quero que todos vocês lembrem deste momento pelo resto de suas vidas. Pulem! Pulem!”. A energia ao redor do palco, com os belos arranjos de iluminação, proporcionaram o momento mais bonito da apresentação, que ainda contou com a participação de Fergie, do Black Eyed Peas, reproduzindo ao vivo o verso que gravou na versão de estúdio da faixa.
Com “Stronger”, o maior sucesso de West, o jogo parecia ganho. Com samples de Daft Punk, a música embalou outro momento de cantoria, e o saldo parecia positivo para West. Parecia. A sequência final, com as arrastadas e excessivamente longas versões de “Runaway” e “Lost In The World” fez a plateia praticamente fugir do Palco Consciência, e desabafos como “que saco!” ou “acaba logo”, eram facilmente ouvidos.
Kanye West tinha potencial de fazer um show inesquecível e se consolidar no Brasil como um dos maiores nomes do hip-hop. Não que ele não seja, mas se quiser conquistar os brasileiros, terá que tentar mais uma vez.
Setlist:
01 – H.A.M. (Intro)
02 – Dark Fantasy
03 – Power
04 – Jesus Walks
05 – Can’t Tell Me Nothing
06 – Hell of a Life
07 – Monster
08 – Flashing Lights
09 – P.Y.T. (Michael Jackson) / Good Life
10 – Love Lockdown
11 – Say You Will
12 – Heartless
13 – Run This Town (Jay-Z) / We Will Rock You (Queen) / E.T. (Katy Perry)
14 – Homecoming
15 – Through The Wire
16 – All Falls Down
17 – Touch The Sky
18 – Gold Digger
19 – All of The Lights
20 – Stronger
21 – Chariots of Fire / Runaway
22 – Lost In The World
23 – Hey Mama
Black Eyed Peas
Para fechar a noite onde imperou a música pop, veio o Black Eyed Peas.
A banda era aguardada por fãs fervorosos que se aglomeravam em frente à grade de um dos palcos principais da festa e também por um público que chegou próximo ao horário da apresentação de Fergie e companhia e tratou o show dos caras no festival como uma balada a céu aberto.
Com hits como “Pump It”, “Where Is The Love” e “I Gotta Feeling”, o grupo teve o jogo ganho desde o início mas pecou ao inserir momentos longos em seu set como a parte onde Will.I.Am tocou sozinho um medley de sons de Lady Gaga, Blur, Nirvana e Jorge Ben Jor e também quando Fergie demorou para colocar um vestido vermelho com o qual cantaria “Big Girls Don’t Cry” em seu momento solo.
Teve gente até achando que o show havia acabado e saindo mais cedo enquanto a vocalista se trocava no backstage.
Valeu a festa para quem foi até Paulínia para dançar até tarde.
Incidentes
Infelizmente não há como comentar o primeiro dia de SWU sem relatar alguns incidentes que aconteceram na Arena em Paulínia, principalmente no que diz respeito a furtos.
Andando pelo local do evento era possível perceber que não havia policiamento por lá e o resultado foi um número alto de furtos que fizeram com que o Posto Policial (localizado fora da Arena, outro ponto negativo), ficasse abarrotado de gente chateada atrás de seus celulares, carteiras, documentos e outros pertences.
Outro ponto negativo foi a falta de um guia da programação do evento, como foi entregue logo na entrada do SWU no ano passado e ajudou bastante para que todos pudessem saber o horário e local onde cada banda iria tocar. Por muitas vezes se viu gente perguntando onde e quando seu artista preferido iria tocar.