O novo acordo entre a Warner Music Group e a Meta abrange as principais plataformas da empresa de Mark Zuckerberg, como Facebook, Instagram, Messenger, Horizon e Threads. Pela primeira vez, a parceria também inclui o WhatsApp, ampliando as possibilidades de distribuição de conteúdos musicais.
Um porta-voz da Warner afirmou que a renovação expande as oportunidades para artistas e compositores, ao mesmo tempo que abre novas discussões sobre o potencial da inteligência artificial (IA).
Esta colaboração vem apenas dois meses após a Universal Music Group (UMG) também fechar um acordo de licenciamento com a Meta, destacando a tendência de inclusão do WhatsApp como uma nova plataforma para distribuição de música.
Essa mudança indica o potencial da Meta em alavancar sua base de usuários para impulsionar o crescimento no setor de streaming.
Warner e Meta: novos horizontes
O acordo entre a gravadora e a big tech também se destaca pelo interesse mútuo em explorar as capacidades da inteligência artificial. A Meta, que recentemente introduziu o Meta Movie Gen, está desenvolvendo ferramentas de IA para criar imagens e vídeos de alta qualidade, além de áudio e música gerados automaticamente.
A empresa de tecnologia revelou, em setembro de 2024, que mais de 400 milhões de pessoas já usam suas ferramentas Meta AI mensalmente. Destes, 185 milhões de pessoas usam semanalmente. Esse avanço levanta questões sobre o uso de conteúdos protegidos para treinar modelos de IA, assunto que a Warner tem debatido com veemência.
Em uma carta enviada a empresas de tecnologia, a WMG reforçou que seu conteúdo só pode ser utilizado para treinar IA com permissão explícita. Essa postura está alinhada com os esforços da Warner para proteger os direitos dos artistas e compositores diante do crescimento das tecnologias de inteligência artificial.
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Curiosamente, o novo acordo chega em meio às duras críticas que Mark Zuckerberg vem recebendo por suas declarações em uma entrevista ao The Verge. O CEO disse que criadores de conteúdos usados para treinar modelos de inteligência artificial – como é o caso da música – “supervalorizam” seu produto no grande panorama. Para ele, apenas conteúdos que se mostram “valiosos”, de acordo com a percepção do grande público, merecem acordos individuais. É o caso das grandes gravadoras, como a Warner e a Universal.
Para os demais, o plano é não usar o conteúdo para treinar inteligência artificial – desde que seja exigido pelos criadores. Segundo Mark, deixar de fora as canções dos artistas que se sentem prejudicados pela IA não faria muita diferença no produto final:
“Eu entendo a frustração que as pessoas têm. Acho que é um sentimento naturalmente ruim pensar: ‘Ah, meus dados estão sendo usados de uma maneira nova sobre a qual não tenho controle ou compensação. Acho que todas essas questões vão precisar ser rediscutidas na era da IA. Essas são perguntas importantes. Não é algo completamente novo em relação à IA; houve questões semelhantes com a internet e outras tecnologias ao longo do tempo. Psicologicamente, entendo o que você está dizendo, mas acho que criadores ou editores tendem a superestimar o valor de seu conteúdo específico no panorama geral. Se um criador exigir que não usemos seu conteúdo, então simplesmente não o usaremos. Isso não vai mudar muito o resultado dessas coisas”.
Expansão do marketing e oportunidades futuras
Com o novo acordo entre Warner Music Group e Meta, os artistas e compositores da gravadora terão maior alcance promocional e de marketing nas plataformas digitais. Isso significa que suas músicas poderão ser compartilhadas de forma mais ampla e acessível, não apenas em posts no Facebook e Instagram, mas também no WhatsApp.
No app de mensagens, o compartilhamento provavelmente ocorrerá no Status, onde os usuários poderão adicionar trilhas sonoras às suas atualizações. Essa visibilidade adicional proporciona um novo caminho para que as músicas da WMG alcancem audiências globais de maneira mais orgânica e conectada às interações cotidianas, ampliando o público potencial e facilitando o consumo de conteúdo musical dentro da plataforma.
O movimento é estratégico. Afinal, o WhatsApp tem mais de 2 bilhões de usuários ativos em todo o mundo e aproximadamente 165 milhões no Brasil. O país é um dos maiores mercados da plataforma, que marca presença nos smartphones de 81,3% da população brasileira. As possibilidades de ampliação do público ouvinte são muitas – e tanto Warner quanto Meta não ficariam de fora dessas oportunidades.
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