Salvador recebeu nos dias 9 e 10 de Novembro a quarta edição do AFROPUNK Brasil, um dos maiores e mais importantes festivais de celebração da cultura negra no mundo, que mais uma vez entregou ao público um final de semana repleto de shows memoráveis.
Reunindo mais de 52 mil pessoas no Parque de Exposições da capital baiana, o evento manteve seu compromisso de apresentar um line-up diverso que foi desde o Rap Rock do Planet Hemp ao axé de Leo Santana e Timbalada, passando inclusive pelo Neo soul e R&B das atrações internacionais Erykah Badu e Lianne La Havas, além de muitos outros estilos musicais que estiveram nos palcos Agô e Gira.
Apesar de cada fã ter tido os seus momentos preferidos do AFROPUNK, alguns shows se destacaram ao longo do final de semana, seja pela maneira como foram recebidos pelo público ou até mesmo por sua produção e entrega naquele momento.
O TMDQA! esteve presente nos dois dias do festival e a seguir você pode conferir a nossa seleção dos 5 melhores shows, em ordem alfabética!
Os 5 melhores shows do AFROPUNK Brasil 2024
Duquesa
Depois de ter lançado seu elogiado segundo disco de estúdio Taurus Vol.2 em maio deste ano, a baiana Duquesa se consolidou como um dos fenômenos do trap brasileiro. Enquanto mostrava toda a potência do seu trabalho no AFROPUNK, a artista foi ovacionada pelo público, que gritou seu nome repetidamente e a deixou emocionada.
Ao longo de sua performance que contou com hits como “Purple Rain”, “Disk P@#$%&!”, “99 Problemas” e “Primeiro de Maio (Gostosas Inteligentes)”, Duquesa, acompanhada por suas dançarinas, empolgou o público com suas rimas poderosas que reforçam o empoderamento das mulheres. Ela ainda levou os fãs à loucura ao cantar seu sucesso “Tá Eu e a Nicole” por cima da batida de “Not Like Us”, de Kendrick Lamar.
Erykah Badu
Nem mesmo o atraso de Erykah Badu, que causou o adiantamento do show de Léo Santana, foi capaz de atrapalhar a grandiosidade da performance da cantora que é conhecida como uma das mais influentes do neo soul. Após uma longa introdução feita por sua incrível banda, a cantora norte-americana surgiu no palco com seu ar quase sempre místico, usando um look assinado pela marca baiana Meninos Rei e sendo imediatamente ovacionada pelos fãs.
Em meio ao seu repertório repleto de hits, incluindo clássicos como “On & On”, “Sometimes” e “Didn’t Cha Know”, Erykah aproveitava os momentos de pausa para clamar “Bahia” e rapidamente ser celebrada por uma salva de palmas do público. Em determinada parte do show, Erykah Badu surpreendeu a todos ao convidar para o palco a rapper americana Rapsody.
Juntas, elas apresentaram uma performance sensacional de “3:AM”, música de Rapsody com participação de Badu que foi indicada ao Grammy 2025 na categoria de melhor performance de rap melódico.
Mesmo não lançando um disco de inéditas há mais de 10 anos, a lendária artista entregou um show memorável com suas músicas atemporais, que refletem não apenas sobre questões sociais e políticas, abordando ancestralidade e espiritualidade, como também compartilham dores de relacionamentos e solidão.
Seu show potente e sua voz impecável aos 53 anos de idade atraíram os olhares até daqueles que não estavam familiarizados com o repertório completo da artista.
Fat Family
Um dos shows que mais fez o público soltar a voz foi o do aclamado grupo brasileiro Fat Family. As irmãs Suzete, Katia e Simone Cipriano prepararam uma belíssima homenagem ao saudoso e icônico Tim Maia, entoando clássicos do músico carioca como “Réu Confesso”, “Do Leme ao Pontal”, “O Descobridor dos Sete Mares”, “Que Beleza”, “Você”, “Sossego” e tantos outros.
É claro que os clássicos do próprio grupo não poderiam ficar de fora do repertório, que contou com o apoio de uma banda extremamente talentosa. Apresentando aquele clima de nostalgia do pop soul dos anos 2000, o Fat Family mostrou seus vocais únicos cantando os hits “Jeito Sexy” e “Eu Não Vou”, e ainda contou com a participação especial de Talita Cipriano, filha da saudosa Deise Cipriano.
Larissa Luz
Larissa Luz dominou o palco do AFROPUNK Brasil com uma verdadeira celebração à cultura afro-brasileira, que foi enaltecida a todo momento em sua apresentação.
Desde seus poderosos versos às danças de seu ballet e sua talentosa banda – que mesclou de forma perfeita a percussão baiana com arranjos de rock -, a artista fez seu público não apenas se divertir e dançar como também refletir sobre os assuntos abordados em suas canções autorais e suas releituras.
Ao terminar uma performance explosiva de seu hit “Bonecas Pretas”, Larissa Luz separou um momento para destacar outras mulheres pretas “que constroem uma nova realidade para nós”:
“Salve Margareth Menezes! Salve Carolina de Jesus! Salve Regina Luz! Quando uma mulher preta se movimenta, o mundo se movimenta com ela”.
Mantendo o ritmo animado de seu show, a cantora baiana ainda convidou Edcity, nome celebrado do pagodão baiano, para apresentar alguns sucessos.
Planet Hemp
O Planet Hemp tem o costume de nunca decepcionar em seus shows, e no AFROPUNK não foi diferente. O grupo de peso, guiado pelos vocais de Marcelo D2 e BNegão, entregou um show histórico em Salvador apresentando seus hinos com letras de protestos e fazendo os fãs levantaram poeira do chão com as típicas rodinhas formadas durante suas apresentações.
Durante o show, os músicos aproveitaram para chamar atenção para a violência do país e do mundo, tanto lembrando de Marielle Franco, com D2 apontando que os culpados terminam na cadeia e que as mortes da vereadora e de Anderson Gomes não foram em vão, e com BNegão relembrando do conflito entre Israel x Palestina: “Nossa vitória não será por acidente: Palestina Livre”.
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