Os fãs de terror começaram o ano com um presente e tanto. Nosferatu é o novo longa dirigido por Robert Eggers, que chegou aos cinemas brasileiros há pouco tempo e revisita um dos maiores clássicos do gênero, originalmente lançado em 1922 por F.W. Murnau e que já havia sido readaptado em 1979 por Warner Herzog e ganha uma versão definitiva agora.
A releitura de Eggers é estilizada e ousada, apostando em uma fotografia impecável para retratar a Alemanha do final da década de 1890 de maneira absolutamente imersiva, graças ao exaustivo e competente uso dos recursos que lhes foi oferecido – aliás, mais uma vez, Robert Eggers mostra que é capaz de fazer muito quando recebe as ferramentas para tal.
O elenco estrelado, com Bill Skarsgård no papel do Conde Orlok, é também um destaque a parte. As interpretações de Nicholas Hoult e Lily-Rose Depp são igualmente fantásticas, mas um ator que aparece mais para a metade do longa rouba a cena – e ele será um dos 5 motivos que listaremos abaixo pelos quais você precisa ir ao cinema para ver Nosferatu!
Esta lista tenta evitar spoilers relacionados à história do filme, mas um ou outro pode escapar. Leia por conta e risco!
5 motivos para ver a nova versão de “Nosferatu” nos cinemas
Terror que não depende de jump scares
Uma das principais assinaturas de Robert Eggers é o fato de que o diretor não depende dos jump scares para fazer um bom filme de terror. É claro que eles estão presentes – e até com mais frequência do que o normal para os filmes do diretor – mas é completo exagero dizer que eles são o foco do terror.
Ao invés disso, a atmosfera criada por Eggers é o que mantém o espectador à beira de seu assento durante todo o filme. A qualquer momento, qualquer coisa pode acontecer: a linha da realidade e do pesadelo é tênue, e isso dá mais medo do que qualquer aparição do vampirão.
Homenagens ao original
Um dos filmes mais polêmicos e místicos de todos os tempos, o Nosferatu original de 1922 é um marco do cinema expressionista alemão, com toda uma aura em torno de si especialmente pela história envolvendo o ator Max Schreck, que inclusive foi retratada de maneira folclórica em A Sombra do Vampiro (2000).
Aqui, Eggers reconhece e referencia muito bem o material original, mantendo sua essência sombria e fascinante e usando de forma irreparável a fotografia para resgatar até mesmo um certo grau de tosquice que imediatamente te faz lembrar do filme de 1922 – tudo isso, claro, equilibrado com o uso de tecnologia de ponta em cenas impactantes.
Willem Dafoe
Como falamos acima, o elenco principal de Nosferatu fez um trabalho incrível. Mas um nome realmente se destaca acima de todos, e estamos falando de Willem Dafoe, que aparece já quase na metade do filme para viver o arquétipo de Van Helsing; neste caso, representado com um professor que é classificado como lunático por seus estudos ocultistas.
Dafoe traz uma energia diferente ao filme, de certa forma até agindo como uma espécie de alívio cômico em certas ocasiões, mas também fascina com sua interpretação mais séria e por vezes efetivamente lunática nos momentos mais importantes da trama. Não é à toa que é um queridinho de Eggers!
Experiência sonora incrível
Voltando ao primeiro ponto desta lista, a atmosfera que Robert Eggers cria no longa é fortemente influenciada pela experiência sonora. O sound design de Nosferatu é algo que poucas vezes vimos no cinema moderno, sendo perfeitamente equipado para criar o clima de terror e, às vezes, até funcionando como a parte efetiva do jump scare.
A trilha sonora em si não tem grandes momentos de destaque, mas cumpre seu papel com maestria para criar toda a ambientação incrível. Vale a pena assistir em uma sala IMAX se você puder!
A grande revelação
Durante boa parte do longa, a figura do Conde Orlok (Bill Skarsgård) é envolta em sombras para criar um mistério que soma muitíssimo bem à atmosfera de terror criada por Eggers. O grande trunfo vem em uma das cenas mais impactantes dos últimos anos, quando Orlok tem seu corpo inteiro revelado na luz pela primeira vez.
O ápice do filme se mostra não apenas por seu papel na conclusão da história, mas também pela forma como Robert Eggers recompensa o espectador com algo que vai ficar na memória (ou nos pesadelos) de quem foi ao cinema por muito tempo.
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