Resenha: Racionais MC's no Lollapalooza Brasil

Confira como foi o polêmico e elogiado show dos Racionais MC's no Lollapalooza Brasil.

Cantor também participou como guitarrista do último disco de Manson, o Born Villain

Racionais MC's no Lollapalooza Brasil

Foto por Lorena Calabria

Quando todos aguardavam ansiosamente o encerramento do Lollapalooza Brasil 2012 que seria comandado por Alex Turner e sua banda Arctic Monkeys  no palco Cidade Jardim, acontece uma mudança  de última hora assinada por Mano Brown e os Racionais MC’s.

Enquanto o idealizador do festival , Perry Farrell realizava seu show com o Jane’s Addiction logo ao lado, no palco Butantã, Brown e cia não entraram no horário previsto para o grupo de rap.
Com 20 minutos de atraso já começaram a aparecer algumas vaias, com 40 minutos, as vaias dobraram e começaram a chover glowsticks no palco, com 60 minutos já estava virando bagunça, em boa parte comandada pelo público que não estava ali para ver Racionais.
Para alegria de quem gosta do grupo, neste meio tempo, o Dj KL Jay promoveu um clima de discoteca, rolando um som para o público. Mesmo assim, dá-lhe vaias.

Foi com  exatos 70 minutos de atraso que o grupo de rap paulista subiu ao palco Perry após muita confusão nos bastidores e cancelamento repentino de transmissão ao vivo pela televisão. O grande motivo do atraso foi devido ao som alto que vinha do palco Butantã onde o  Jane’s Addiction se apresentava. Quem acompanhou o atraso no Palco Perry pelo lado esquerdo pôde confirmar que havia uma grande confluência de som. Ou seja, cabia à banda que estava ali a decisão de tocar com o barulho vindo do outro lado ou não, mas ali meu camarada, estavam os Racionais MC’s.

Mano Brown, Edy Rock, Ice Blue, KL Jay e mais 13 MCs no palco começaram a festa com a levada de “Eu Sou 157” faixa do disco Nada Como Um Dia Após o Outro Dia colada com durex em  “Nego Drama” para delírio da platéia que viu o sorridente e interativo Mano Brown  fazer o atraso de 70 minutos parecer 7.

No telão do palco, as imagens que passavam eram uma arte à parte, frases de protestos e grandes personalidades da luta pela liberdade passaram por ali, como Bob Marley e Carlos Marighella, um dos principais organizadores da luta armada contra o regime militar no Brasil que teve sua homenagem na canção ”Marighella”, do projeto solo de Mano Brown que rolou no show.

Durante a performance rolaram grandes sucessos do grupo e algumas músicas novas que estão previstas para saírem em um novo disco ainda este ano. Sempre com um discurso na manga, Mano Brown elogiou o Partido dos Trabalhadotes (PT) e  questionou a manutenção dos políticos do PT no poder:

Minha geração de rapper só queria o Lula. E agora, o que queremos?

Brown também elogiou a aceitação positiva do governo de Dilma Rousseff e disse que Eduardo Suplicy, que também estava ali presente, era um exemplo a ser seguido.

O show dos Racionais MC’s encerrou em grande estilo o primeiro Lollapalooza Brasil com a sequência de ”Jesus Chorou”, ”A Vida é desafio’‘, ”Homem na Estrada” e  ”Vida Loka Parte 2”.