Entrevista Exclusiva: <b>Roger Moreira</b>

Líder do <b>Ultraje a Rigor</b>, compositor, vocalista, guitarrista, regente, formado em inglês, detentor de um QI altíssimo, quase arquiteto e, agora, consultor musical em um site pioneiro nesse serviço no Brasil. <b>Roger</b> falou como pode ajudar as novas bandas, disse que falta talento no rock nacional e contou como foi parar na TV com sua banda, além de outros assuntos.

Entrevista exclusiva: Roger Moreira

Entrevista exclusiva: Roger Moreira
Foto por Samyr Aissami

Roger Moreira acaba de ser contratado pelo Dreamusic, um site especializado em consultoria musical online – algo pioneiro nesse tipo de serviço no país, e é um dos mais experiente do grupo de consultores do portal, que conta com músicos como: Leoni, Japinha (CPM22), Joe (Pitty), Marcão (Charlie Brown Jr.), Felipe Andreoli (Angra), André Dea (Sugar Kane), entre outros.

Além de ser o líder do Ultraje a Rigor, que já está na estrada há quase 30 anos, com 21 discos lançados, dezenas de hits emplacados durante a carreira e que agora toca praticamente todos os dias para os telespectadores da TV brasileira no programa Agora é Tarde com Danilo Gentili, o músico também se destaca por sua formação acadêmica.

Roger cursou três anos do curso de Arquitetura no Mackenzie, se formou em Inglês pela University of Michigan, começou a estudar violão e música aos 8 anos de idade, concluiu cursos de composição e regência, estudou em diversos conservatórios e se tornou membro da Mensa, uma sociedade formada por pessoas de alto QI, em 2000.

O músico respondeu algumas perguntas que muitas bandas, experientes ou não, podem aproveitar para suas carreiras. Roger ainda disse que “Falta conhecimento e comprometimento. Falta talento.” na cena musical brasileira atual, principalmente o rock nacional.

Confira tudo isso logo abaixo e de graça. Outros conselhos dele só pagando no Dreamusic.

Entrevista Exclusiva: Roger Moreira

Qual é a proposta do Dreamusic e como ela pretende ajudar os novos artistas?

Roger Moreira: Bem, essa pergunta pode ser melhor respondida pelo pessoal responsável pelo site Dreamusic. Mas acho que uma ajuda profissional pode ser inestimável! Só que o brasileiro não está acostumado a pagar por nada, não sabe ver valor ou qualidade, apenas mede preço. Falta cultura, além do próprio dinheiro.

Como essa facilidade de hoje em dia, em termos de acesso à tecnologia para gravação e distribuição, por exemplo, pode ajudar e como pode dificultar a vida das bandas principiantes?

Roger Moreira: Como pode ajudar é óbvio, o acesso à informação e tecnologia é amplo. Ironicamente, essa facilidade em gravar faz com que muitos gravem e divulguem seu trabalho antes de estarem prontos, o que acaba sendo contraproducente.

Dentro ainda da questão anterior, como a sua ajuda e as ferramentas disponíveis na internet podem ajudar nesse trabalho de consultoria musical?

Roger Moreira: Eu tenho experiência e know-how, sei o caminho das pedras. Diariamente me pedem “uma força” grátis, como se eu não tivesse mais nada a fazer. Ignoram que não são os únicos a querer só “cinco minutinhos” do meu tempo. Essa tendência, aliás, existe também na imprensa, de maneira geral.

Você como músico teve alguém que o orientou como iniciar, como se desenvolver? Se sim, quem? Se não, quem indiretamente teve esse papel na sua carreira?

Roger Moreira: Certamente. Estudo violão e música desde os 8 anos de idade. Frequentei diversos conservatórios e escolas de música. Tenho curso de composição e regência. Escutei e li sobre bandas dos anos 50 aos dias de hoje. Além disso, quando fomos gravar pela primeira vez, fomos assistidos por produtores. Eu não “iniciei” simplesmente, visando fama. Eu gosto do que faço e me preparei muito para isso. Não sei por que hoje em dia todo mundo acha que é fácil ser músico, ator, apresentador, modelo…

Com quase 30 anos de Ultraje a Rigor, 21 discos lançados e dezenas de hits, qual o conselho primordial que você pode dar para as bandas que estão dando os primeiros passos nessa vida?

Roger Moreira: Tem que gostar. Existem muitos campos para o músico e poucos passam pela fama. O mais comum é que seja um trabalho invisível. Também convém não largar os estudos ou um trabalho alternativo. Pode ser difícil se sustentar só com a música.

Recentemente listamos algumas bandas/músicos/clipes no TMDQA! que tivessem a ver com o Dia do Orgulho Nerd. Greg Graffin (Bad Religion) e Milo Aukerman (Descendents) são Ph.D e doutor, respectivamente, em suas áreas de estudo. Você também é conhecido por sua formação acadêmica e até mesmo por seu alto QI. Assim como no futebol, por exemplo, que muitos incentivam as crianças aqui no Brasil a não largarem os estudos, pois nem todos serão profissionais da bola, você acha que na música tem que ser da mesma forma? O que você pode falar sobre isso?

Roger Moreira: Sim, como disse agora. Arte é um ideal, especialmente num país que não preza a cultura.

Na sua visão, como vê o mercado hoje e a cena musical brasileira? Você concorda com o que muitos falam de que o rock nacional está fraco?

Roger Moreira: Sim, concordo. Falta conhecimento e comprometimento. Falta talento. O mercado foi muito contaminado por uma cultura pragmática de assessoria de imprensa, sem ideais artísticos.

O que falta para as bandas brasileiras fazerem sucesso no Brasil? Ou você acha que isso é um equívoco de nossa parte e há quem faça? Que bandas nacionais você poderia citar?

Roger Moreira: Atuais? Desde os anos 90 que vemos apenas sucessos passageiros ou meteóricos. É como eu disse, falta comprometimento, conhecimento, talento, etc. De nossa geração, a maioria continua por aí, ainda que sem emplacar nenhum hit. Por idealismo. Por gosto.

Focando no Ultraje a Rigor, como surgiu a ideia da banda tocar no Agora é Tarde? É mais um espaço que as bandas podem vislumbrar?

Roger Moreira: A ideia partiu do Danilo. Sem dúvida, é mais um programa onde bandas podem se apresentar mas, falando sobre nosso emprego em especial, claro que essa vaga já era, é nossa. Mas ilustra bem o trabalho do músico. Era uma vaga praticamente feita para nós, difícil pensar em outra banda que pudesse estar em nosso lugar. Houve preconceito de alguns, como se não pudéssemos ter outro trabalho que não o de “ícones”. Bobagem. Nesse trabalho temos que compor vinhetas, muitas vezes em minutos, temos que ter repertório (já tocamos mais de 700 trechos de músicas) e temos a oportunidade de tocar quase diariamente. Isso como músicos, sem falar no bom humor e jogo de cintura, que já eram características nossas. Ou seja, o sonho de qualquer músico. Ou, pelo menos, deveria ser.

E quais são os planos da banda para os próximos anos? Vocês acabaram de lançar um split com o Raimundos, mas os fãs podem esperar por material inédito?

Roger Moreira: Sim, sempre podem. Mas não temos outros planos imediatos, além do programa. E temos um repertório riquíssimo que parecerá inédito e atual para a maioria das pessoas. É só ter interesse. Está todo em nosso site (www.ultraje.com) e em nosso app para iPhone (http://itunes.apple.com/ca/app/ultraje!/id418760134?mt=8).

Roger Moreira e o aplicativo do Ultraje a Rigor